Na quinta-feira (16/12), a menina foi presenteada pela rede Kinoplex com uma sessão exclusiva e gratuita para ver o super-herói favorito dela.

Três dias após Sophia Vitória, de 12 anos, realizar o sonho de assistir no cinema a estreia do novo filme do herói favorito dela, o Homem-Aranha — sem volta para casa, a adolescente com câncer terminal teve uma piora e faleceu na manhã desta segunda-feira (20/12). Ela retornou ao hospital pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no qual ficou internada por cinco meses, no domingo, e não resistiu às complicações da doença por volta das 7h da manhã.
Na quinta-feira (16/12), a história de Sophia ganhou o Brasil após o jornal Extra contar que a menina foi presenteada pela rede Kinoplex com uma sessão exclusiva e gratuita para ver o super-herói favorito dela. Era o maior desejo que ela mantinha nos últimos momentos de vida. Diagnosticada com um tumor intramandibular e aplasia muscular, ela foi liberada pelo hospital para receber cuidados paliativos em casa na última semana.
“Ela ficou cinco meses no hospital, preocupada porque não conseguiria assistir ao filme. Com a internação, não saberíamos se poderíamos ir. Não conseguimos o ingresso para uma sala com a estrutura de que ela precisa”, contou a mãe da menina, Kellen do Rosário de Oliveira, ao jornal Extra.
Ao ver o desejo da paciente fiel, o hospital passou a fazer uma mobilização para que o sonho de Sophia fosse realizado. No fim, a rede de apoio da menina conquistou uma sessão gratuita e exclusiva oferecida pela rede Kinoplex, que prontamente se disponibilizou para promover o momento para a garota.
Na primeira fileira, Sophia estava confortavelmente deitada, com o cilindro de oxigênio que a ajuda a respirar devidamente posicionado ao lado dela. Os olhos brilhavam enquanto comentava cada parte do filme com o pai, Luiz Fernando, que sentou ao lado da filha para viver o momento. A família ficou em êxtase em ver a Sophia realizar o sonho.

“Te mando o meu amor”: ator que fez Duende Verde enviou recado antes da morte
Poucas horas antes de Sophia ser internada novamente, no domingo, ela recebeu um recado especial do ator Willem Dafoe, que ficou eternizado como o vilão Duende Verde, no primeiro filme do Homem-Aranha.
“Uma amiga me falou sobre você. Sei que você é uma grande fã do Homem-Aranha. Sei que você viu o filme. Eu só queria dizer olá e contar que estou pensando em você e te mandando o meu amor de onde estou, na Itália”, disse o ator, em mensagem revelada pela mãe da menina, Kellen Rosário.
A mensagem foi recebida por meio da empresária brasileira Nathalia Scarton, amiga e sócia de Willem Dafoe. Ao saber da história de Sophia, ela ligou ao amigo e contou a situação da menina. Prontamente, ele enviou a mensagem.
Na semana passada, a garota já tinha recebido outra homenagem, dessa vez do dublador de Tom Holland, Wirley Contaifer, que enviou uma mensagem de áudio para a menina com a voz do super herói.
O conteúdo diz que ele é “amigo de quem é heróina também e que enfrenta todos os dias com a força que tem”. “Heróis andam juntos e juntos nós iremos avante. Você é um milagre”, afirmou o ‘super-herói’.

Sophia: a felicidade de ter vivido o agora
A luta da menina com um diagnóstico de tumor intramandibular, aplasia medular e uma infecção causada por fungo negro durou cinco meses. Em julho, Sophia passou a apresentar sintomas de dor de cabeça, fraqueza, taquicardia e fluxo menstrual intenso. A família procurou o hospital pediátrico da UFRJ para conseguir tratamento médico.
No entanto, o diagnóstico pegou a todos de surpresa: ela estava com um quadro grave de aplasia medular, uma doença rara da medula óssea em que há diminuição da produção das células sanguíneas. O único tratamento que seria eficaz, àquela altura, era um transplante de medula, que seria doada pela irmã, altamente compatível com Sophia.
No entanto, com a cirurgia marcada, um novo exame identificou um tumor intramandibular, junto à carótida, artéria que leva sangue e oxigênio ao cérebro. A mãe da menina, Kellen do Rosário, conta que o quadro da filha piorou, já que ela tinha como tratamento apenas as transfusões, insuficientes para uma melhora.
“A cirurgia precisou ser adiada. A partir deste momento, ela começou a ficar mais debilitada. As transfusões começaram a ser mais recorrentes, os antibióticos aumentaram muito. Foram muitos procedimentos cirúrgicos”, disse.
Em novembro, outro episódio levou Sophia ao diagnóstico de estágio terminal. A garota contraiu uma infecção fúngica oportunista altamente invasiva conhecida como “fungo negro”. Ela teve que ficar internada no Centro de Terapia Intensivo (CTI), no hospital, e ser entubada. A doença avançou e os médicos, junto à família, decidiram levar a menina para casa sob cuidados paliativos com mais qualidade de vida.
Na quinta-feira (16/12), Kellen contou que a família encontrou paz mesmo em meio ao diagnóstico terminal — inclusive a menina. Praticantes da fé evangélica, eles disseram confiar no tempo certo de cada um na Terra. “A medicina disse que já fez tudo que podia, não há mais recursos. O quadro dela, segundo os médicos, é de fim de vida. Somos evangélicos. Creio que todos nós temos um tempo de vida aqui, Deus tem o melhor para a vida dela”, disse.

Fonte: Correio Braziliense.

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