O campeão de vetos é o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 86 bloqueios.

Dos nove presidenciáveis citados na última rodada da FSB Pesquisa, publicada na segunda-feira (21), quatro bloquearam ao menos um profissional de imprensa em suas redes sociais. O dado foi divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
Repórteres e especialistas ouvidos pela Associação afirmam que os candidatos se tornam personalidades de interesse público assim que passam a ser candidatos, e que o bloqueio veta acesso a conteúdos publicados por políticos e exclui possibilidade de interação com eles.
Neste recorte, o campeão de vetos é o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 86 bloqueios. Segundo colocado nas projeções para a corrida presidencial, ele também impede dez veículos de comunicação de terem acesso ao seu perfil no Twitter. A diretoria da Abraji analisa que os bloqueios feitos pelo chefe de estado, que se comunica com a população via redes sociais, são mais graves do que os dos demais presidenciáveis, uma vez que Bolsonaro fala em nome da Presidência da República.
Atrás de Bolsonaro no ranking está Sérgio Moro (PODE), que baniu dois jornalistas. João Doria (PSDB) e André Janones (PATRI) têm um bloqueio cada. Doria é governador de São Paulo, e Janones é deputado federal.
O líder nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Eduardo Leite (PSDB, mas pode disputar a presidência pelo PSD) e Felipe d’Avila (NOVO) não bloquearam jornalistas na rede social.
Jornalistas relataram à Abraji que o bloqueio de Bolsonaro os impede de acompanhar o anúncio de políticas governamentais, que o presidente compartilha em seu perfil. Também deixa de ser possível acompanhar suas estratégias de comunicação digital que devem ter impacto nesta corrida presidencial, como a divulgação quase diária de seu canal no Telegram no Twitter.
Procurado pela Abraji, o TSE declara que não trabalha com a figura do pré-candidato. Os postulantes ao Palácio do Planalto terão de registrar suas candidaturas entre 20.jul.2022 e 5.ago.2022, de acordo com o calendário eleitoral para este ano.

Foto: Agência Brasil.

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